sexta-feira, 8 de março de 2013

Venda casada invade o setor de festas em Belo Horizonte

Em 2011 o site BHZEventos publicou o seguinte post falando sobre Belo Horizonte, mas em Fortaleza a situação é similar:

Venda casada invade o setor de festas em  Belo Horizonte

Empresas têm condicionado serviços ou o aluguel de espaço à escolha  de seus parceiros, prejudicando a concorrência
Patrícia Santos Dumont - Do Hoje em Dia - 4/12/2011 - 03:41



A venda casada praticada por empresas do segmento de festas de formatura e casamentos está minando a concorrência em Belo Horizonte e já ameaça os negócios e o faturamento de empresários do setor. Alguns já registraram queda de até 60% no número de contratos fechados para este ano, prevendo prejuízo proporcional ainda maior nos negócios voltados para as festas neste mês, quando a demanda cresce.
Os prejuízos, além de impactarem no faturamento, também impedem novas contratações e impossibilitam a ampliação dos negócios. O sócio-proprietário do Grupo Viva, buffet e cerimonial, Renato Menezes Silveira, conta que um processo seletivo aberto pela empresa para contratação de funcionários precisou ser interrompido em função da queda do faturamento da empresa.

O empresário de Juiz de Fora, na Zona da Mata, que atua em Belo Horizonte há pouco mais de um ano, confirma que o momento é desfavorável às empresas do setor e prevê prejuízo de 60% no faturamento da empresa. Segundo ele, os contratos firmados na Capital representam hoje apenas 10% dos negócios da empresa. "Se não fosse essa situação, a representatividade dos contratos fechados seria algo em torno de 40%", afirma.
Na banda Super Som C&A, no mercado mineiro há mais de 25 anos, a concorrência desleal, denunciada pelo representante comercial do grupo, Carlos Pimenta, já repercute no número de contratos fechados. Segundo Pimenta, há um ano um número grande de prestadores de serviços do setor tem condicionado a contratação de serviços ou aluguel do espaço para a realização do evento a serviços de terceiros, neste caso, de empresas tidas como parceiras. "Já perdemos pelo menos 40% dos contratos em virtude desta concorrência desleal. Para este mês, quando aumenta a procura, a queda deve ser ainda maior", lamenta. O empresário alega que alguns salões de festa da Capital se tornaram, no último ano,  inapropriados e pequenos para o porte das festas realizadas na cidade, forçando os clientes a optarem sempre pelos mesmos salões, maiores. "Como sabem que são praticamente a única opção, acabam obrigando seus clientes a escolherem sempre aquelas empresas indicadas, sejam elas de decoração, iluminação, cerimonial ou banda", detalha.
Por causa disso, um número cada vez maior de empresas acaba, de certa forma, banidas do mercado, impossibilitadas de exercer suas atividades nos espaços mais procurados da cidade, ou seja, aqueles que possibilitam os maiores lucros aos prestadores de serviço. "Alguns clientes precisaram rescindir o contrato e tiveram o dinheiro devolvido, já que o salão não permitia o contrato da banda ou cobrava uma multa absurda", conta. A Super Som C&A tem 26 integrantes e cobra entre R$ 12 e R$ 20 mil pelos show. A multa cobrada pelo consumidor que "infringir" as imposições da empresa e contratar os serviços dos prestadores não indicados, afirma Pimenta, pode chegar a R$ 20 mil.
O estudante Pedro Lanza Barbosa, presidente da comissão de formatura da turma de Direito 
da UFMG, com formatura prevista para 2014, é um dos personagens desta história que 
elimina a possibilidade de escolha do consumidor. Segundo ele, os estudantes têm "ficado na 
mão dos grandes salões de festa". "Apenas dois salões comportam o número de convidados 
previstos para a nossa festa, um deles, porém, condiciona a contratação dos serviços a 
outras empresas. "Fizemos uma pesquisa demorada, de mais de seis meses, até chegarmos 
a um cerimonial que agradasse e estivesse dentro do orçamento. Para nossa surpresa um 
dos salões enviou uma lista onde indica os parceiros, nos forçando a fechar tudo com eles", 
esclarece. Pimenta ressalta que a exigência feita pelas empresas onera em até 40% os 
preços cobrados pelos estudantes. 
A empresária Lílian Santos, da Banda Skorpius e Sputinik, contabiliza pelo menos 100 contratos perdidos ao longo de quatro anos. "Esse tipo de prática impede a livre escolha do consumidor. Quem vai querer pagar praticamente o preço de um novo contrato para ter uma banda ou empresa que está fora da lista estabelecida pela empresa? Ninguém", reforça.



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