fonte: http://blognotasderodape.blogspot.com.br/2012/04/noiva-estressada.html
Gente, estava lendo muitos comentários nos grupos de noivas no facebook e tive um alento ao ver que eu não sou a única a estar endoidando com essa história de organizar um casamento, mesmo faltando mais de um ano.
Antes, quando tudo era apenas uma ideia, eu queria fazer um casamento tradicional porque queria dar esse presente à minha mãe (eu sou a única menina da casa), à minha sogra (porque o meu cunhado não casou de forma tradicional e a minha cunhada não manifesta ainda o desejo de casar assim) e a uma das minhas avós adotivas (que sonha com o nosso casamento desde que conheceu o meu noivorido). Como não temos religião, a cerimônia na igreja seria mais um presente para os outros do que para nós. Para nós, o presente seria a celebração do nosso amor, as fotos, a filmagem (que eu queria um viés mais artístico para que pudéssemos reviver esse momento futuramente com mais frequência do que aqueles que têm registros tradicionais), a comemoração com aqueles que amamos.
Diante dessa postura, enfrentar certas regras da Igreja foram frustrantes e até mesmo desestimulantes. Passei por uma fase de não ver mais sentido nisso tudo e a me arrepender de ter inventado. Cheguei a verbalizar a minha insatisfação e a dizer que se eu pudesse, cancelaria tudo, pegaria o dinheiro, investiria na decoração do nosso Ap e viajaria com o meu marido para o destino dos sonhos. Afinal, o alto custo do casamento nos privou da nossa lua de mel dos sonhos (o Club Med das Ilhas Maldivas).
Mas depois, entrei em uma outra fase. Passei a ver a cerimônia tradicional e a recepção como um rito de passagem importante. E hoje vi um trabalho na internet que tem uma passagem interessante sobre o assunto:
"Desde que os casais jovens passaram a renunciar à cerimônia de casamento é que se tornou mais evidente sua importância. A realização deste ritual propicia a modificação da natureza do relacionamento existente entre duas pessoas antes dele. É um marco, não só para as famílias de origem que devem agora assumir uma forma diferente de relacionamento com seus filhos, mas também para o casal que inicia uma nova fase em busca da independência, ao mesmo tempo que da conservação do vínculo emocional com os parentes. (Haley, Jay (1980).Terapia não convencional. São Paulo: Summus)"
Essa mudança de postura foi importante para diminuir o desconforto que o enfrentamento dessa "máfia de casamentos" causou em mim.
Outra coisa que é origem de muita angústia é o processo de organização de tudo isso. Pesquisar fornecedores em busca daquele que atenda às nossas necessidades, que caiba no nosso orçamento e que nos ofereça o menor risco (tem tanto rabo de foguete por aí). Às vezes acho que não vai dar tempo de resolver tudo e fico louca.
Preciso urgentemente começar uma dieta (já entrei na natação, pelo menos não sou mais sedentária). Deixei o meu cabelo crescer bem muito, mas apesar de estar bem bonito, estou louca para cortá-lo bem curto. Acho que essa questão de dieta e de cabelo é comum a muitas noivas, quer sejam as que querem emagrecer, quer as que querem engordar, quer sejam as que cortam os cabelos, quer as que querem virar Rapunzel. Enfim, esse movimento de indecisão e arrependimento faz com que seja um tempo de complicações de querer fazer, de querer criar algo tão perfeito que por vezes nos faz esquecer de nós mesmas.
Quando me senti no olho do furacão, resolvi pisar no freio. A ajuda do noivo e de toda a família é fundamental nesse processo todo. Organizar um casamento envolve muito mais detalhes do que costumamos imaginar e cuidar de tudo sozinha não é recomendável. Algo que tem nos ajudado muito é a organização. Pense em tudo isso como uma atividade empresarial. Eu estou fazendo da seguinte forma:
- Planilha de controle de orçamento: eu montei uma planilha em que controlo todos itens do casamento, desde as alianças até a lua-de-mel (incluindo chá de panela, almoço pós casamento civil e outros itens). Há basicamente uma coluna com o tipo de item, outra com o valor estimado, outra com o valor realizado de fato, outra com a parcela que já foi paga, outra com o que falta pagar, outra com o fornecedor e, por fim, outra com o responsável pelo pagamento (sim, porque o nosso casamento, como o de muita gente, tem coisa que o noivo paga, a noiva paga, os pais da noiva, os pais do noivo...);
- Caderno para anotações: eu tenho um caderninho desses de bolsa que anoto tudo, as minhas ideias, os fornecedores, o que já contratei...
- Caderno de acompanhamento: tenho um caderno que é quase um scrapbook que vou colocando a história, com imagens e tudo o mais, do andamento dos preparativos (sempre que dá bato fotos e colo lá);
- Usar uma pasta: pode ser daquelas que têm plástico, daquelas que têm prendedor, pode ser do tipo que você achar mais adequado para guardar os contratos realizados (é aconselhável também ter outra pasta para guardar os orçamentos que você pegou, mas que não contratou);
- Separar um pen drive só para o casamento: lá dá para criar várias pastas, tanto para o controle financeiro, como para guardar as referências de modelos de vestido de noiva, de decorações, de penteados, de buquês, de convites, de bolo, de topo de bolo, de bem casados...
- Usar uma agenda: na minha agenda normal eu destaco as minhas obrigações no início de cada mês;
- Deixar (ou mesmo incentivar) o noivo a participar: ele é peça fundamental nisso tudo, até mesmo para ele se sentir fazendo parte do casamento e não um mero convidado. Também é ótimo para que ele possa entender o que você está passando. O meu já passou por várias fases, a primeira de querer participar de tudo, outra de querer se manter afastado porque eu o assustei e agora de me ajudar nos detalhes. Sim, ele está me ajudando a fazer o meu buquê de pérolas, os porta guardanapos....
- Deixar (ou mesmo incentivar) a participar das mães: essa é a parte mais difícil para algumas noiva que têm problemas com a sogra, ou mesmo com a própria mãe. Mas cada uma sabe qual a medida que pode deixar que elas se envolvam. É importante que todo mundo se envolva, porque a festa de casamento é também para a família (no nosso caso, os convidados dos nossos pais são mais de 2/3 da festa). A minha mãe é craque em trabalhos manuais e isso vai dar um toque mais íntimo ao casamento;
- Pedir informação: hoje em dia a internet é a fada madrinha das noivas. Há inúmeros blogs, fóruns de discussão, grupos nas rede sociais. As informações estão aí, pesquise, converse, se informe.
- Calma: o ideal é começar com a máxima antecedência possível, para dar tempo de organizar tudo. O problema é que quando está longe, bate um desespero enquanto não conseguimos ver tudo bem encaminhado. Mas o tempo voa e é importante controlar tudo muito bem para não chegar às vésperas do casamento com muita coisa para resolver.
- E você? Qual a sua técnica para se manter no eixo?
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