Antes de mais nada, quero fazer uma promessa a vocês: vou postar o chá nos mínimos detalhes em vários posts. Uma das coisas que aprendi é que ter ajuda nesses momentos é imprescindível. Eu assistia àqueles filmes americanos em que as famílias decoravam o casamento e o faziam em casa e ficava querendo algo similar. Já que um casamento para 300 pessoas não dava para ser feito dessa forma, pensei em fazer o chá assim. O meu Chá de Panela foi dia 1º de fevereiro de 2014 no salão de festas do prédio em que vamos morar. Foi visível a minha felicidade de receber pessoas queridas no nosso cantinho. As lembrancinhas e os detalhes da decoração foram foitos por mim com a ajuda da minha mãe, do meu
noivorido, da sogra do meu irmão e alguns toques finais ficaram por conta de uma prima minha de Manaus que passou por aqui nesse período.
Os detalhes foram mais prazerosos do que cansativos, pois vinha brincando desde 2012. Mas a finalização foi difícil. Nessa hora senti falta de uma profissional para me ajudar, afinal o tempo é curto para quem tem que administrar o trabalho e outras demandas. Nem tudo saiu como eu queria, a minha fotógrafa se enganou com as datas e achou que fosse dia 10 de fevereiro (como eu a contratei por e-mail, mais de 10hs da noite, também não reparei nesse erro do contrato e não tive condições de confirmar com ela na véspera) e a mesa de chocolates veio errada (contratei uma coisa e recebi outra). Como só vieram montar essa mesa 1h e meia antes do começo da festa, não tive condições de recusar a entrega. Mas tive vontade de chorar, de gritar com todo mundo, de descer do salto. Mas a minha mãe me ensinou a ser lady e não fiz nada disso. Avisei que ia receber, mas que depois ia resolver porque não era o que eu tinha contratado para aquele dia.
Desde 2012 venho preparando esse chá aos poucos, pois no fim do ano a minha mãe foi para São Paulo e deu um pulinho na famosa Rua 25 de março para trazer algumas coisinhas. Naquela época, eu não ia imaginar a proporção que isso ia tomar. Durante esse período, sempre que via uma ideia bacana na internet ou nessas feiras de noivas, eu pensava em como poderia fazer. E, como sou ansiosa, não podia esperar para começar a preparar. Então, aos poucos fui comprando algumas coisinhas que achava bacana. Nessa brincadeira, adquiri e produzi um arsenal enorme de coisas.
Não gosto de nada muito comum, nem pela metade. O exagero me marca, faz parte de mim. O meu sofrimento era porque eu queria um chá diferente, de preferência em um bistrô ou em uma casa de chás. Mas fiquei verdadeiramente empolgada quando compramos o nosso Ap e vi como era o nosso salão de festas. Ele é separado do prédio, o que nos dá privacidade, e é lindo. Não via a hora de receber as chaves para poder fazer uma festinha lá.
O curioso é que nunca fui uma moça das mais românticas com sonho de casar, de fazer chá de panela e nunca gostei de brincar de casinha. Sempre fui mais racional, sempre tendi a gostar de coisas mais voltadas ao oposto desse mundo cor de rosa, contos de fada e afins. Mas, como em um filme, o amor me transformou. E esse chá é uma amostra dessa metamorfose. É como se esses ritos de passagem (chá de panela, festa de casamento...) tivessem ganho uma importância que antes eu não via. Celebrar o nosso amor com pessoas queridas é quase tão prazeroso quanto amar.
E foi nesse espírito que fiz tudo. Não contratei cerimonial, nem decoração, tudo (ou quase) foi obra minha com a ajuda da minha mãe. O meu noivorido deu uma super força e a sogra do meu irmão também teve sua mão-de-obra explorada. A bem da verdade, a única coisa que não foi decorada por nós foi a mesa de doces.
Sou muito detalhista e acho que isso dá para ser percebido em tudo do chá. Tanto que fiz no Paint uma planta baixa do salão aproveitando o material que a construtora nos entregou.
A bem da verdade, fiz várias plantas. Inclusive, in loco, a planta que eu fiz não deu para ser operacionalizada. Os móveis eram maiores do que no meu desenho (advogada se metendo a ser arquiteta é complicado). No fim, a planta ficou como essa acima.
A minha mãe tem um pé daquelas máquinas antigas que era da minha falecida avó. Sempre quis usá-la na decoração do meu chá, mas não sabia como. Um dia vi essa máquina de costura para vender no Coquelux e não pensei duas vezes. Comprei-a e decidi criar um cantinho de costura no chá. A minha ideia em toda a decoração do chá era fazer alusão às atividades domésticas e explicitar traços da minha personalidade (os livros espalhados pela decoração são exemplo disso).
O cantinho da limpeza surgiu a partir da tábua de passar. Nas minhas buscas por inspiração para o chá, havia visto várias formas de utilização da tábua, mas não gostei do resultado de nenhuma. A sensação que me dava é que estava incompleto, ou improvisado. Não sosseguei enquanto não pensei em algo que me agradasse e o resultado pode ser conferido abaixo:
O home cinema do nosso prédio é anexo ao salão de festas. Esse foi um ambiente difícil de decorar, pois sempre que eu ia visitar o salão de festas, esquecia de tirar as medidas de algum detalhe. Mas no final deu tudo certo. Não quis colocar todas as mesas decoradas lá, pois queria que os meus convidados estivessem o tempo todo em contato com parte da decoração. Concentrar tudo em um ponto só não iria me satisfazer, pois queria criar um universo lúdico, como se fosse brincar de casinha com as minhas convidadas. O home cinema tem uma bancada bem generosa e, nas parede, há uns nichos rasos com fotos de artistas de cinema e iluminação individual. Apesar de não gostar de poster com fotos nossas, achei melhor ceder e imprimir algumas para substituir a dos artistas. Aproveitei o recuo e a iluminação para colocar alguns objetos decorativos.
As lembrancinhas foram adquiridas aos poucos (ou não - risos), aluguei duas estantes para colocá-las. Eu não queria um chá todo cor de rosa porque não combinava comigo. Então fiz um mix de cores que transitassem entre o azul, o rosa e o marrom (inspirada nas cores da linha My Lovely Kitchen da Tramontina).
Uma das minhas preocupações era em como fazer os centros de mesa. Então juntei algumas ideias que peguei na internet e algumas das muitas coisas que tínhamos acumulado e saiu assim:
A mesa dos brigadeiros foi a parte mais fácil (ou menos difícil, como preferir), porque utilizei umas mesas da minha mãe, então pude fazer os testes em casa até acertar ficar do jeito que eu queria.
A mesa de chocolates, a minha maior raiva. Sim, eu não esqueço, não perdoo e não vou esconder de ninguém. Por mais que eu receba conselhos de não alertar a pessoas para o "defeito" do meu chá, não dá para ficar calada. Ainda mais porque a proposta deste blog é ajudar as noivas a ver o que há por trás de tudo. Eu sou sincera, tenho pouco filtro e não gostei da mesa de chocolates. Farei um post específico sobre isso assim que tiver uma solução por parte da empresa (porque até agora só recebi propostas indecorosas). Adianto só o seguinte: eu pedi uma mesa de chá de panela e recebi uma mesa de chá de lingerie.
O meu bolo foi da Fes't Bolos. A dona Rosinha é um amor. Eu encomendei um bolo diferente desse, mas infelizmente não foi possível ser feito. Ela me ligou falando que a mudança de clima não estava ajudando e as coisas não estavam ficando direito. Ela me perguntou se poderia fazer diferente. Eu disse a ela que confiava no bom gosto dela, que poderia fazer como achasse melhor. E gostei do resultado. Essa chaleira de biscuit fez sucesso.
Aproveitei a bancada que o salão de festas já tinha para colocar as comidas salgadas. Optei por não servir jantar, preferi comidinhas como salgadinhos, mini sanduíches, mini pãezinhos com patê... Porque as pessoas poderiam se servir a festa inteira, não precisa de pratinho e talher (o que facilita para quem não quer ficar sentado). Contratei 2 garçons e 1 copeiro para me ajudar, então eu consegui garantir que sempre ia estar circulando pelo salão bebidas e comidas.
Curiosidade: A minha decoração toda foi pensada a partir dessas panelas da linha My Lovely Kitchen da Tramontina. Comprei 2 kits dessas panelas há bastante tempo pensando em usar no chá para servir as comidas. Acho que deu um charme.
Atrás da bancada tem esses nichos de vidro. Na decoração original do salão, esses nichos são ocupados por umas peças vermelhas lindas. Porém, não combinavam com a minha decoração. Peguei essas taças de sorvete que eu comprei só porque achei bonitas e enfeitei com esses palitos de marshmallows. Adorei o resultado.
As flores da decoração eu só fui atrás às 15hs do dia do chá (quando terminei de organizar as principais partes do salão) e a floricultura me atendeu prontamente, mesmo já estando fechada. Dedicarei um post só a eles porque merecem. Não consegui fazer escova, meu só consegui que a moça do salão lavasse o meu cabelo e passasse um secador bem rápido, terminei de fazer as unhas às 17:30 (faltando 1hr para começar tudo) e fui me maquiar nos espelhos do salão de festas porque no ap ainda não tem quase nada, quiçá espelho - risos.
Mas, no final tudo deu certo, minha auto-estima estava a mil que nem deu tempo para achar defeito em mim. Sofri com o que deu errado, mas fiz de tudo para não permitir que isso apagasse o sucesso do que deu certo. Posso estar com o julgamento viciado porque me envolvi de corpo e alma em todos os detalhes, mas fiquei encantada com o resultado, os meus convidados são só elogios até agora.
Repito que farei vários posts detalhando cada coisa para ajudar quem está planejando seu próprio chá, para não cair nas armadilhas que eu cai. Ou mesmo para matar a curiosidade de quem quer saber como fiz determinadas coisas.
Fiquei satisfeita ao chegar à composição acima. No entanto, a minha ideia inicial era a de colocar duas cestas de plástico rosa no chão com roupas dentro, mas o resultado não ficou como eu esperava. A sensação que me dava era que estava faltando algo. Fui ao supermercado e comprei produtos de limpeza nas cores rosa e azul para enfeitar a lavanderia, peguei uma estante de ferro e coloquei ao lado. Lembrei que na Tok & Stok tinham umas vassouras e pás rosa de pois branco e terminei de compor o espaço.
